domingo, 17 de março de 2019

A beleza de uma flor

O meu olhar te devora
Papel branco, imaculado
Sereno e um pouco amarrotado
Aguardas rabiscos esverdeados
Que te preencham a existência
Conteúdo emaranhado, fugidio
Ora se esconde bem profundo
Na cumplicidade da mente
Ora se enrola em caneta 
De bico fino e benevolente
Desliza pela mão certeira
Escreve códigos secretos
Desentranhados das profundezas
Da tal caixa mal arrumada
Tão cansada, esgotada!
Foste papel imaculado
Ansioso de tal escrita
Pelo tempo perduraste
Esperaste, paciente
O desenho de tão bela flor!


16/03/2019

Filomena Cabanas

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